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segunda-feira, 25 de março de 2024
Introdução a Sociologia
Sociologia é uma ciência moderna que estuda a sociedade, com base na interação social entre os indivíduos e a colaboração de outras áreas, como a psicologia e a antropologia.
Sociologia é uma ciência
situada dentro do conjunto das ciências humanas. O objetivo da sociologia é
estudar, entender e classificar as formações sociais, as comunidades e os
agrupamentos humanos, para que outras ciências e técnicas possam apresentar propostas de intervenção social que
resultem em melhorias na sociedade. Nesse sentido, educadores,
médicos, psicólogos, engenheiros, arquitetos, urbanistas, juristas, advogados,
publicitários, jornalistas, economistas, enfim, quase todos os profissionais e
pesquisadores de quase todas as áreas necessitam das teorias apresentadas pela
sociologia.
Como surgiu a sociologia
A partir
do século XV, a sociedade europeia
vê-se em um turbilhão de mudanças significativas. Em primeiro lugar, temos o surgimento do capitalismo em
sua forma mercantilista — quando os Estados recém-formados e
unificados começam a traçar acordos comerciais e estabelecer novas rotas para compra
e venda de produtos. Ademais, temos uma classe social que havia surgido no fim
da Idade Média e começava a fortalecer-se, sobretudo em alguns
lugares da Europa, como França e Itália, devido à participação no comércio
mercantilista: essa classe é a burguesia.
O fortalecimento da burguesia levou
ao maior investimento na navegação e na descoberta de novas rotas comerciais
pelos oceanos. Todo esse processo culminou na chegada e colonização dos povos europeus (em
especial portugueses, espanhóis e, mais tarde, ingleses) em terras do
continente americano, que até então eram desconhecidas pelos povos da Europa,
da Ásia, da Índia e da África.
O contato do
homem branco com os nativos da América despertou nos europeus, detentores de
uma maior tecnologia para a época em alguns aspectos, a ideia de que eram
superiores culturalmente. Ao mesmo tempo, o europeu tinha curiosidade pela cultura e pelo modo de vida
dos povos americanos, o que levou os primeiros exploradores das
terras americanas a tentarem entender e classificar a cultura nativa.
Isso resultou
em um contato extremamente etnocentrista, pois o europeu via o nativo como
inferior. Não obstante, esse contato também serviu como base para os primeiros
sinais de um conhecimento que mais tarde fará parte do amplo conjunto de
estudos, que, junto à sociologia, faz parte das ciências sociais: a antropologia.
Mais tarde, a
Europa viveu outras revoluções, dessa vez mais rápidas e intensas: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Na Inglaterra
começam a surgir as primeiras indústrias,
empreendidas por uma parte da burguesia que havia enriquecido muito com o
comércio e com o empréstimo de dinheiro. No início do século XIX, o modo de
produção industrial tomava conta de grandes centros urbanos europeus, como
Londres e Paris.
Por conta
disso, houve intenso êxodo rural nesses
locais, o que ocasionou uma explosão demográfica,
seguida por vários problemas sociais decorridos
da falta de emprego para todos: fome, miséria, violência, condições precárias
de saneamento e, consequentemente, alastramento de epidemias. A vida nos
centros urbanos para a população mais pobre era caótica. Mesmo para aqueles que
conseguiam trabalhar nas indústrias, a vida era difícil, devido à desumana
exploração de sua mão de obra por parte da burguesia, o que resultou em
exaustivas jornadas de trabalho e baixa remuneração.
No final do século XVIII, a Revolução Francesa, cujo leva era; Liberdade, igualdade e fraternidade, causou um longo período de instabilidade política para os franceses, que, após o fim do Antigo Regime (a monarquia), viram-se diante de um vazio político que resultou em diversas experiências políticas, muitas das quais fracassaram. O cenário era de instabilidade política e econômica, fome, violência e desordem social.
Diante disso,
o filósofo francês Augusto Comte idealizou
um projeto de melhoria e progresso social com base em um movimento que ficou
conhecido como positivismo. O positivismo tinha
como objetivo trazer o progresso à sociedade por meio do avanço científico,
tecnológico, da ordem social e da disciplina individual.
Para
concretizar o seu projeto, Comte aceitou como necessária a criação de uma nova
ciência que, tal como as ciências naturais, estudasse e classificasse a
sociedade, a fim de entendê-la e modificá-la. No início, essa ciência foi
batizada por Comte de física social.
Mais tarde, ela seria nomeada pelo mesmo pensador como sociologia, que
significa: ciência da sociedade.
Assim, Comte ficou conhecido como o “pai” da sociologia.
Apesar de
propor a criação da ciência da sociedade, o trabalho de Comte, assentado no
positivismo, não foi capaz de estabelecer
um método preciso e único para
o correto funcionamento da sociologia, pois não avançou muito além da
especulação e da problematização filosófica. Diante disso, o escritor,
professor, psicólogo e filósofo francês Émile Durkheim, ao resgatar e
criticar o positivismo de Comte, estabelece o primeiro
método de análise sociológica, baseado no que o pensador chamou
de reconhecimento dos fatos sociais.
Esse feito
foi considerado o estabelecimento da sociologia como ciência bem estruturada, o
que tornou Durkheim o primeiro sociólogo de fato. Esse, que era professor
universitário, também introduziu a sociologia como
disciplina no Ensino Superior, nos cursos de Direito,
Psicologia e Pedagogia.
Além de
Durkheim, Karl Marx e Max Weber apresentaram
métodos significativos para os estudos sociológicos, o que colocou esses três
pensadores como a tríade da sociologia clássica. Para Marx, a sociologia
deveria basear-se na produção material da sociedade, vista pelo pensador como
uma histórica luta de classes entre exploradores e
explorados, o que deu origem ao método materialista histórico
dialético. Para Weber, a sociedade era composta pelo conjunto de ações humanas individuais, que
deveriam pautar-se por modelos ideais para que fossem
analisadas e comparadas.
Por meio dos
três primeiros métodos clássicos, a sociologia desenvolveu-se e incorporou a si
o estudo de outras ciências que, juntas, compõem o conjunto das ciências
sociais. São elas: a antropologia, a ciência política e a economia. Para
aprofundar-se mais no tema, leia o texto: Surgimento da sociologia.
Para que serve a sociologia
A importância
da sociologia é compreendida com base
em seu modelo utilitário, o que a
difere da filosofia. Enquanto esta se apresenta como um conjunto de
saberes não organizados cientificamente e que têm uma finalidade em si mesmos,
ou uma finalidade no próprio conhecimento, aquela é uma ciência. Enquanto ciência, a
sociologia tem uma finalidade exterior a
si.
O trabalho do
sociólogo serve para identificar,
classificar e analisar a organização social como um todo.
Partindo do comportamento individual (com elementos da psicologia) e do
comportamento social, o sociólogo tenta compreender a sociedade a fim de
apresentar teorias que possam permitir a intervenção social por meio de outras
ciências e técnicas.
A sociologia
tenta entender a sociedade como um todo, mas busca elementos nas suas áreas afins, como a economia (que estuda os
aspectos econômicos gerais de uma sociedade, como produção e relação
financeira), a antropologia (que
estuda o ser humano por meio sua cultura e de suas origens) e a ciência política (que se dedica a
entender as organizações políticas e os modos de organização do ser humano em
sociedade, envolvendo noções como governo, Estado etc.).
Os resultados
científicos obtidos pela sociologia servirão de base para a intervenção social de
outros profissionais de outras áreas do conhecimento. Um jurista ou um
advogado, por exemplo, precisam conhecer bem essa área para que tenham uma
visão maior e mais ampla dos crimes e das leis, entendendo esses elementos como
peças de uma complexa sociedade. Um arquiteto urbanista precisa compreender a
sociedade e suas organizações para estabelecer os melhores meios de projetar
casas e cidades que melhor satisfaçam as necessidades sociais.
Quando um
médico depara-se com uma possível epidemia ou com a simples repetição de
doenças e sintomas, ele pode aliar os estudos de diagnóstico clínico individual
nos pacientes aos conhecimentos sociológicos, para tentar compreender uma
possível origem social dos problemas de saúde.
O que a sociologia estuda
A sociologia tem como objetivo a
compreensão da sociedade.
Os métodos
para essa compreensão também são variados. Como a sociologia é uma ciência, ela
precisa de garantias metodológicas para que o seu trabalho seja confiável. Por
isso, é necessário que o sociólogo atente-se para padrões de repetição dos fenômenos, a
fim de estabelecer um padrão de comportamento social. Além disso, o sociólogo
utiliza dados fornecidos por entrevistas individuais com pessoas de um mesmo
grupo social ou de grupos diferentes e, como ferramenta de comparação, utiliza um ramo da
matemática chamado estatística.
SEGUNDO REINADO: MUITA ALFORRIA, POUCA ABOLIÇÃO
O recurso foi considerado humanitário, mas no
final, ele serviu para a manutenção da escravidão que sustentava Dom Pedro II
Entre as maiores características do governo imperial brasileiro, uma de suas principais é a manutenção da escravidão como módulo econômico e rentável. É argumentado que a Família Real era contrária ao sistema, no entanto, o que é averiguável é que praticamente todo o período imperial teve como principal recurso econômico e base de apoio político o latifúndio escravista. Nessa época, o Brasil era um país em que “quase tudo dependia do trabalho escravo e da chegada dos africanos”, afirmou Luiz Felipe de Alencastro, em entrevista à BBC.
E essa realidade muitas vezes foi de um embaraço considerável para o
governo brasileiro. Em um mundo cada vez mais pautado no salário e nas relações
livres capitalistas, o Brasil era um país atrasado, que sustentava o trabalho
forçado.
Dom Pedro II teve, junto a sua equipe diplomática, que realizar esforços
para demonstrar uma imagem do Brasil como ocidental, desenvolvido e liberal
para o resto do mundo, apagando o registro da escravidão.
Não somente o sistema capitalista destruía o escravismo em diversos países, principalmente na Europa, mas no Brasil a escravidão também vinha se tornando uma prática economicamente insustentável, encarecendo a produção.
Por isso, o uso de mão de obra escrava diminuía paliativamente no país, enquanto a base política principal do governo ainda era a velha elite escravista do sudeste. Isso resultou num empasse: como movimentar a economia sem perder a credibilidade entre os que se apropriam da escravidão?
Ao mesmo tempo, o sistema exploratório no Brasil, desde tempos
coloniais, não é o mesmo que os dos EUA. No Brasil, o principal grupo econômico
que sustentava a escravidão e pressionava o governo monárquico, além do
produtor agrícola, era o comerciante do tráfico atlântico.
Assim, os escravistas no Brasil não se esforçaram em reproduzir os
escravizados em território nacional, mas focaram numa lógica em que a
circulação e a busca de novos explorados tem primazia. Isso porque os
traficantes representavam uma classe econômica e politicamente essencial para a
manutenção do poder dinástico dos Bragança.
Tudo isso culminou numa questão essencialmente econômica, mas que é
abordada como causa humanitária: a alforria. O Brasil foi um dos países que
mais emitiram cartas de "liberdade" na História, ao mesmo tempo em que
foi o ultimo das Américas a abolir a escravatura. O recurso consiste em um
documento de ordem jurídica que liberta o escravizado.
Um dos maiores historiadores da escravidão do Brasil, Rafael B. Marquese, identifica uma relação no artigo A dinâmica da escravidão no Brasil: Resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX. “A partir de fim do século XVII, o sistema escravista brasileiro passou a escorar-se em uma estreita articulação entre tráfico transatlântico de escravos bastante volumoso e número constante de alforrias. Nessa equação, era possível aumentar a intensidade do tráfico, com a introdução de grandes quantidades de africanos escravizados, sem colocar em risco a ordem social escravista”.
Entretanto, a alforria é, na prática, um mecanismo de manutenção da
ordem senhorial, em dois sentidos. O primeiro deles é que a libertação de
alguns indivíduos escravizados não altera a estrutura social da escravidão,
permitindo sua dinamização com a demanda de novos escravos e a venda pelos
traficantes que vinham da África, como era de consciência da Família Imperial.
Ao mesmo tempo, o recurso possibilitava a extensão do prazo da escravatura,
permitindo adiar-se, como foi feito pelo governo de Pedro II, a abolição.
Ou seja, na prática, o estatuto da alforria foi mais uma possibilidade de propaganda da benevolência e do humanitarismo de Dom Pedro II e de suas elites, do que realmente uma repulsa à escravidão. Isso explicaria as diversas leis aparentemente progressistas, mas que foram votadas pelos conservadores do Congresso para sustentar o sistema: Ventre Livre, Sexagenário, etc.
Por fim, a abolição da escravidão também não foi uma prática
humanitária, mas uma resolução econômica e um golpe contra um projeto de igualdade
de oportunidades. Segundo Alencastro, a Lei Áurea foi um projeto conservador
que culminou num momento em que se ameaçava uma revolta generalizada de
escravos contra o sistema, como ocorreu no Haiti. O objetivo era impedir que as
elites fossem tocadas, e esse projeto culminou a República, essencialmente
oligárquica. “No final, a ideia de reforma agrária capotou”.
"Contexto
O período que levamos em consideração neste texto (1850-1888) teve como
ponto de partida a Lei Eusébio de Queirós, que proibia definitivamente o
tráfico ultramarino de escravos africanos. Por meio dessa lei, o tráfico
negreiro teve fim, e sua aplicação efetiva fez com que o número de escravos
enviados para o Brasil caísse drasticamente, na década de 1850.
A Lei Eusébio de Queirós foi consequência da pressão da Inglaterra sobre
o Brasil para que o tráfico negreiro fosse decretado. Essa pressão tornou-se
muito grande a partir de 1845, quando os ingleses aprovaram a Bill Aberdeen,
lei que permitia as embarcações britânicas atacarem e aprisionarem navios
negreiros que estivessem no Oceano Atlântico.
Com a aprovação dessa lei, as autoridades brasileiras reprimiram
efetivamente o tráfico negreiro e, entre 1851 e 1856, cerca de 6.900 africanos
escravizados desembarcaram no Brasil.|1| O debate político durante a década de
1850 ficou todo por conta das questões relacionadas com as medidas que deveriam
ser tomadas para impedir a chegada dos navios negreiros ao Brasil.
Passadas as preocupações relativas à Lei Eusébio de Queirós, o debate da
abolição da escravatura voltou à tona. O Brasil, junto com Porto Rico e Cuba
(colônias espanholas), era um dos últimos lugares a permanecerem com a
escravidão. Essa questão, aliada com as revoltas de escravos, fez alguns
políticos começarem a cogitar a possibilidade de que uma legislação fosse
criada em prol da abolição.
Essa legislação fazia uma transição gradual, o que não desagradava as
elites econômicas do país, sobretudo a do Sudeste, interessada em adiar, ao
máximo, a abolição do trabalho escravo. Na década de 1860, começaram a ser
discutidas as possibilidades de implementar-se essa transição gradual, e a
primeira lei resultado desse debate foi a Lei do Ventre Livre.
Lei do Ventre Livre
A Lei do Ventre Livre foi aprovada no dia 28 de setembro de 1871 e
decretava que todos os filhos de escravos nascidos no Brasil a partir de 1871
seriam considerados livres, mas com condições para tanto. O dono do escravo
teria duas opções para conceder a alforria: se optasse libertá-lo com oito
anos, ele receberia uma indenização de 600 mil-réis, se optasse por libertá-lo
aos 21 anos, não receberia nenhuma indenização.
Essa lei nasceu de um pedido do imperador D. Pedro II, que solicitou, em
1865, a José Antônio Pimenta Bueno, político do Partido Conservador, um estudo
para realizar a emancipação dos escravos. A proposta de Pimenta Bueno sugeria a
libertação dos filhos dos escravos depois de um tempo de serviço indenizatório,
mas acabou sendo engavetada devido à Guerra do Paraguai.
Quando o conflito acabou, uma proposta parecida com a de Pimenta Bueno
foi apresentada pelo gabinete presidido por José Maria da Silva Paranhos, o
Visconde do Rio Branco. A ideia por trás da apresentação dessa lei era fazer
com que a abolição fosse implantada no Brasil por meio da lei e não de uma
revolta (como foi o caso haitiano).
A proposta, naturalmente, desagradava aos escravocratas, que temiam que
o debate dessa lei incentivasse os escravos a rebelarem-se contra os seus
senhores. Os defensores da escravidão também se recusavam a conceder a
liberdade para os filhos dos escravos sem receber indenização. Desse modo, a
saída encontrada foi a citada anteriormente: só receberia indenização quem
libertasse o filho do escravo aos oito anos.
Outra imposição dessa lei foi que ela impunha a obrigatoriedade de todo
senhor a matricular o seu escravo em um registro nacional. Os escravos que não
estivessem devidamente matriculados seriam considerados livres pela lei. Essa
determinação permitiu a legalização de escravos que haviam entrado ilegalmente
no Brasil a partir de 1831.
A Lei do Ventre Livre não foi enxergada com bons olhos pelos
abolicionistas que demandavam a abolição imediata e irrestrita, porque a
aprovação dessa lei contribuiu para amenizar o debate. De toda forma, a Lei do
Ventre Livre deu abertura para uma atuação intensa de advogados abolicionistas,
que vasculhavam os registros atrás de irregularidades, verificavam se a idade
dos filhos dos escravos estava correta etc.
Lei dos Sexagenários
Na década de 1880, o abolicionismo ganhou força e espalhou-se pelo país,
alcançando todas as classes sociais. O crescimento do abolicionismo refletia no
crescimento das ações de resistência (legais e ilegais) e no surgimento de
associações que defendiam a causa. Outros reflexos do fortalecimento do
abolicionismo foram a reação conservadora dessa década e a Lei dos
Sexagenários.
A força do abolicionismo na década de 1880 era evidente, mas os grupos escravocratas cresceram e começaram a tomar ações para frear o avanço dessa ideia no Brasil. O fortalecimento dos escravocratas incentivou a aprovação da Lei dos Sexagenários, ou Lei Saraiva-Cotegipe, em 28 de setembro de 1885.
A Lei dos Sexagenários decretava que todos os escravos com 60 anos ou mais seriam libertos, mas, para isso, deveriam trabalhar durante três anos para seu senhor como forma de indenização. A lei também determinava que os libertos contemplados por essa lei não poderiam mudar-se de província e deveriam, obrigatoriamente, estabelecer residência no município em que foram alforriados, por cinco anos.
A Lei dos Sexagenários foi considerada pelo movimento abolicionista uma lei conservadora e retrógrada, que tinha como único objetivo conter o crescimento do movimento abolicionista. O objetivo dos escravocratas com essa lei, porém, não foi alcançado, pois, pouco mais de dois anos depois, a Lei Áurea foi decretada no Brasil.
Reação conservadora
No quadro do crescimento do movimento abolicionista, conforme
mencionado, houve uma reação de grupos conservadores que tinha como objetivo
frear as transformações sociais e econômicas que eram defendidas pelo movimento
abolicionista. Nesse sentido, três medidas são consideradas exemplos claros
disso:
Lei Saraiva (1881)
Lei dos Sexagenários (1885)
Derrubada do debate sobre reforma agrária
Essa reação conservadora reforça o perfil elitista de grande parte das classes políticas do final do século XIX, que tinham como grande interesse a manutenção do status quo (termo usado para referir-se ao estado atual das coisas). Nesta parte do texto, faremos o destaque à Lei Saraiva e à derrubada do debate da reforma agrária, uma vez que já comentamos a Lei dos Sexagenários.
O primeiro destaque é à Lei Saraiva, aprovada em 9 de janeiro de 1881. Essa lei realizou transformações consideráveis no sistema eleitoral brasileiro e contribuiu para excluir o direito ao voto de muitos. A eleição no Brasil deixou de ser indireta e tornou-se direta, mas a renda mínima anual exigida para se ter direito ao voto aumentou de 100 mil-réis para 200 mil-réis.
Duas exigências que a Lei Saraiva impunha eram a pessoa comprovar a sua renda e assinar o documento de alistamento eleitoral. Caso a pessoa não assinasse esse documento, ela não poderia votar, e isso eliminava automaticamente todos os analfabetos, uma vez que estes não poderiam assinar o documento.
Essa lei, então, retirava a possibilidade dos analfabetos votar e exigia uma renda maior para se ter acesso ao direito de voto. Assim, essa lei atingia, especificamente, as camadas pobres compostas, em grande parte, por libertos e por negros livres (em decorrência da Lei do Ventre Livre) e, por meio de mecanismos legais, criava dificuldades para que esses grupos tivessem direito ao voto. Com isso, esse direito ficou restringido a um grupo de elite muito pequeno que correspondia à cerca de 1% da população.
A reação conservadora também visou a derrubada do debate sobre reforma agrária. Essa era uma medida defendida por alguns abolicionistas, como André Rebouças e Joaquim Nabuco, que defendiam a necessidade fundamental do liberto ter acesso à terra para que ele pudesse ter de onde tirar o seu sustento.
Essa pauta não era muito debatida entre os abolicionistas, mas os historiadores sugerem que a abolição concedida em 1888 foi uma forma de encerrar o debate nascente sobre a reforma agrária. As tentativas do assunto ser discutido foram silenciadas pelos grupos conservadores que atuavam na política brasileira.
Os
Abolicionistas
Os
abolicionistas se opunham ao regime escravista e eram indivíduos oriundos de
diversas classes sociais. Abarcavam desde religiosos, republicanos, elite
política, intelectuais brancos, alforriados, dentre outros. As mulheres também
tiveram um grande papel nesta luta.
Um dos mais destacados
abolicionistas foi o diplomata e historiador Joaquim Nabuco (1849-1910),
fundador da “Academia Brasileira de Letras” e articulador dos ideais
antiescravistas.
Assim, Nabuco foi o
principal representante parlamentar dos abolicionistas durante uma década (1878
a 1888) quando lutou pelo fim da escravidão.
O jornalista e ativista político José do Patrocínio (1853-1905), colaborou com a campanha pela abolição da escravatura no Brasil e, ao lado de Nabuco, fundou a “Sociedade Brasileira Contra a Escravidão” em 1880. Além deles, merecem destaque os abolicionistas brasileiros: André Rebouças (1838-1898), Rui Barbosa (1849-1923), Aristides Lobo (1838-1896), Luis Gama (1830-1882), João Clapp (1840-1902) e Castro Alves (1847-1871).
"Luís
Gama foi uma importante personalidade negra do Brasil na segunda metade do
século XIX. Foi jornalista e rábula (advogado sem formação) de destaque e usou
suas posições para denunciar e combater o racismo, além de ter sido adepto do
movimento abolicionista, ajudando a libertar mais de 500 negros escravizados ao
longo de sua vida."
Note
que várias lideranças abolicionistas foram maçons, tal qual José do Patrocínio e
Joaquim Nabuco.
Feudalismo
O feudalismo foi um sistema
político, econômico e social que existiu na Europa Ocidental durante o período
medieval. Seu auge aconteceu entre os séculos XI e XIII.
Esse sistema foi marcado por
uma sociedade estamental que se organizava com base em três classes sociais: o
clero, a nobreza e os servos. A economia girava em torno do feudo e da
exploração da terra, mas um crescimento comercial significativo aconteceu a
partir do século XI, permitindo o surgimento da burguesia e o crescimento
urbano."
Após a desagregação do Império
Romano, a Europa Ocidental ruralizou-se, e esse é um dado comprovado pelos
historiadores. Isso foi uma consequência direta da
devastação causada pela crise romana e pelas invasões
germânicas. Os povos invasores tinham como grande alvo as cidades romanas, pela
quantidade de bens que poderiam ser saqueados.
Além disso, com a crise
econômica romana e a devastação causada pelos germânicos, a produção agrícola
do império caiu drasticamente e o comércio enfraqueceu-se. Com a produção e o
comércio em queda, as grandes cidades ficaram desabastecidas. Num cenário de
morte e fome, as cidades logo se tornaram locais de proliferação de doenças.
Esse cenário forçou milhares
de pessoas a buscarem refúgio no campo,
longe das cidades. Elas passaram a abrigar-se em pequenas vilas ou ao redor de
grandes propriedades de terra para obter alguma proteção em comida. Os donos
das grandes propriedades converteram-se em chefes militares, para garantir a
segurança de seus bens, e passaram a explorar aqueles que procuravam trabalho
em suas terras. Desenvolveu-se nesse processo a servidão medieval.
Esse processo de consolidação
do trabalho servil aliado à ruralização e ao progressivo isolamento dessas
propriedades fez com que o feudalismo fosse
estruturado. No entanto, a formatação clássica do feudalismo só entrou em vigor
a partir do século XI, portanto, na Baixa Idade Média.
Só para termos uma ideia dessa
baixa produtividade, vale considerar uma estatística trazida pelo historiador
Robert Darnton. Ele aponta que, na França, durante a Idade Moderna (séculos XV
ao XVIII), cada semente fornecia cinco grãos de trigo, um retorno muito baixo.
Podemos considerar que na Alta Idade Média (séculos antes da Idade Moderna) a
produtividade era igual ou até mesmo menor que isso. Para fins de comparação,
Darnton aponta que, no século XX, cada semente fornecia até trinta grãos, uma
diferença abissal|2|.
Nesse período começou a
estabelecer-se uma sociedade estamental, isto é, dividida em
classes e com pouca mobilidade social.
Os grupos eram a nobreza, a
elite detentora do poder político, militar e econômico; o clero, formado por
representantes da Igreja Católica, também detentor de poder político e
econômico; e os camponeses,
grupo mais explorado que tirava seu sustento por meio de seu trabalho e era
obrigado a pagar pesados impostos aos outros dois grupos.
O artesanato começou a ganhar
força, a partir do século VIII, à medida que a população europeia crescia. No
caso do comércio, é importante esclarecer que o comércio mediterrâneo, por
influência dos bizantinos,
continuou existindo. No entanto, na Europa Ocidental, essa atividade enfraqueceu-se por conta da organização econômica baseada em
um relativo isolamento.
Não era frequente que existissem
excedentes que fossem comercializados, mas quando eles existiam eram
comercializados com feudos vizinhos ou eram levados para pequenas feiras que se
desenvolviam.
A pouca presença dessa
atividade na Europa Central, durante a Alta Idade Média, contribuiu para
que circulação da moeda começasse a diminuir.
Isso porque o comércio que ainda existia nesse período baseava-se na troca de mercadorias.
Política
Politicamente, a influência da
cultura germânica foi muito presente, a começar pela forma como essa população
organizava-se. Tratava-se de reinos, liderados por um rei que, geralmente, era
o chefe militar.
Essa estrutura de poder era
típica dos povos germânicos, e o historiador Jacques Le Goff afirma que ela era
detestada pelos romanos. Le Goff também sugere que as leis que surgiram na
Europa após o fim do Império Romano eram baseadas em códigos da tradição germânica|4|.
Na Alta Idade Média,
estabeleceu-se uma aliança entre o poder secular
e o poder eclesiástico. A Igreja Católica consolidou-se como
instituição religiosa, e, aos poucos, seu poder econômico permitiu-lhe
interferir no poder secular. Assim, muitos dos reinos germânicos que surgiram —
o caso mais simbólico é o dos francos — procuraram respaldo e
legitimidade para seu poder na Igreja Católica.
Por fim, vale destacar que, na
Alta Idade Média, estabeleceu-se uma relação de poder que foi uma das grandes
marcas da Idade Média: a vassalagem.
Isso aconteceu porque, na Alta Idade Média, o rei era uma figura frágil e que
só garantia sua posição de poder com o apoio de outros nobres/chefes militares.
Para isso surgiu essa relação de fidelidade entre
rei e nobre, na qual o rei (suserano) demandava a
fidelidade de seu nobre (vassalo). Em troca, o suserano fornecia uma terra e os
direitos e privilégios de exploração a seu vassalo, que, por sua vez, devia
auxiliá-lo na governança e fornecer suas tropas quando necessário.
Características da economia feudal
A economia feudal esteve
dedicada ao consumo local e não às trocas comerciais.
Ela era baseada numa economia
agrária e autossuficiente, ou seja, produziam tudo o que necessitavam.
Nesse caso, as trocas de
mercadorias (ou escambo)
eram realizadas mediante produtos cultivados nos feudos.
A agricultura era a principal
atividade desenvolvida no feudalismo, ainda que o
artesanato fosse marcante. O artesanato servia para a produção de ferramentas e
matérias de uso doméstico.
O sistema social desse período
esteve marcado por uma sociedade
estamental (dividida em estamentos) que possuía pouquíssima mobilidade
social.
Se um indivíduo nasceu servo,
morrerá servo. Assim, faziam parte da estrutura feudal quatro grupos: reis,
clero, nobres, servos.
Esse último grupo (servos)
eram os que trabalhavam nas terras (agricultura, pecuária, nos castelos, etc.)
senhoriais em troca de habitação, comida e proteção.
Eles cultivavam os produtos,
cuidavam dos animais, serviam os senhores em seus castelos, seja lavar ou fazer
a comida.
Os impostos feudais
Além de fazerem a maioria do
trabalho que girava a economia feudal, os servos pagavam diversos tributos (ou
impostos), sendo que os mais importantes eram:
Corveia: o cultivo das terras
senhoriais que devia ser realizada pelos servos pelo menos 2 vezes por semana.
|1| JUNIOR,
Hilário Franco. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São
Paulo: Brasiliense, 2006, p. 24.
|2| DARNTON,
Robert. O
grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa.
Rio de Janeiro: Graal, 1988, p. 41-42.
|3| LE
GOFF, Jacques. As raízes medievais da Europa. Petrópolis:
Vozes, 2011, p. 47-48.
Veja mais sobre "Feudalismo" em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/feudalismo.htm
segunda-feira, 11 de março de 2024
26 mulheres importantes que fizeram história
São muitas as grandes mulheres que marcaram a história da humanidade. São pessoas importantes que atuaram como cientistas, escritoras, revolucionárias, médicas, astronautas e tantas outras funções.
Mesmo com as dificuldades e falta de reconhecimento que enfrentaram - e ainda enfrentam - algumas se destacam.
1. Rosa Luxemburgo (1871-1919)
Rosa Luxemburgo é um dos ícones femininos na história do Ocidente. Nascida na Polônia e naturalizada alemã, Rosa foi uma revolucionária marxista que ajudou a construir o Partido Comunista na Alemanha.
Atuou na militância pelas liberdades democráticas, sendo capturada e assassinada em 1919 em Berlim.
Rosa deixou um grande legado através de obras literárias. É dela a conhecida e inspiradora frase:
Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.
2. Rosa Parks (1913-2005)
Uma mulher muito importante para as conquistas do povo negro nos EUA foi Rosa Parks. Rosa nasceu em 1913 no Alabama, ao sul do país, região onde a segregação racial foi intensa.
Em 1955 marcou a história como ativista quando se recusou a ceder seu lugar a uma pessoa branca em um ônibus. Na época, as leis de segregação eram rígidas e os ônibus tinham assentos reservados a passageiros brancos.
Devido a sua atitude, a ativista foi presa. Isso gerou indignação na população negra e impulsionou grandes protestos que resultaram na anulação das leis de segregação racial.
3. Anne Frank (1929-1945)
Quando se fala em mulheres fortes na Segunda Guerra Mundial, geralmente Anne Frank é lembrada.
A judia foi uma das milhares de vítimas do nazismo e morreu aos 15 anos em Bergen-Belsen, um campo de concentração na Alemanha.
Sua história ficou conhecida pois a garota manteve um diário desde os 13 anos. Nele contava seu dia-a-dia, relatando sentimentos e a convivência com oito pessoas em um esconderijo.
Das pessoas escondidas, a única que sobreviveu foi seu pai, Otto Frank. Ele encontrou os escritos da filha e publicou o livro O diário de Anne Frank em 1947, um dos mais verdadeiros e emocionantes testemunhos do período.
4. Angela Davis (1944-)
Angela Davis é uma militante negra norte-americana de grande reconhecimento e influência nos EUA e no resto do mundo, inclusive no Brasil.
Sua luta ganhou destaque nos anos 70 ao participar do coletivo Panteras Negras (Black Panters) e do Partido Comunista dos EUA.
Angela teve papel importante em 1971 ao ser presa injustamente, o que motivou um movimento por sua libertação, o Free Angela, que contou com o apoio de artistas e da sociedade civil.
Atualmente Angela é professora e continua na luta contra a opressão, o racismo, o machismo e a violência institucional do sistema capitalista.
5. Sofia Ionescu-Ogrezeanu (1920-2008)
Uma das mulheres que marcaram a história da medicina é a romena Sofia Ionescu-Ogrezeanu.
Em 1939 Sofia entrou na faculdade de medicina e no primeiro ano se dedicou à oftalmologia. Porém, após atender prisioneiros soviéticos em um hospital no nordeste da Romênia, passou a realizar cirurgias.
Assim, em 1944 realiza sua primeira cirurgia cerebral e mais tarde aprofunda os estudos, tornando-se a primeira mulher neurologista.
Sofia era muito dedicada à profissão e contribuiu grandemente para avanços nos estudos e pesquisas na área da neurociência.
6. Sofonisba Anguissola (1532-1625)
A primeira mulher a ser reconhecida como artista plástica internacionalmente foi a italiana renascentista Sofonisba Anguissola.
Sofonisba aprendeu pintura como parte de sua educação, tendo como mestre o pintor Bernardino Campi.
A artista conseguiu fama e teve o reconhecimento de ninguém menos que Michelangelo. Em 1569 foi convidada a integrar a corte da Espanha como dama de companhia e professora de pintura da rainha Isabel de Valois.
7. Valentina Tereshkova (1937-)
Valentina Tereshkova foi a uma astronauta russa que em 1963 foi a primeira mulher a viajar para o espaço.
Conquistou reconhecimento após sua missão e ingressou na carreira política.
Curiosamente, mesmo com o passar dos anos, Valentina ainda é a única mulher a ter realizado uma viagem espacial sozinha.
8. Bertha Von Suttner (1843-1914)
A austro-húngara Bertha Von Suttner foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 1905. Inclusive, ela foi uma das responsáveis pela criação do prêmio, pois ajudou o amigo Alfred Nobel na idealização da homenagem, ocorrida pela primeira vez em 1901.
Bertha dedicou sua vida à escrita e a pacificação. Seu romance Abaixo às armas, de 1889, se tornou conhecido como um manifesto antimilitarista, pois expõe a violência das guerras sob o ponto de vista de uma mulher.
9. Malala Yousafzai (1997-)
A paquistanesa Malala Yousafzai é uma das mulheres que vem chamando a atenção de boa parte do mundo para os direitos das crianças, principalmente, das crianças do sexo feminino.
Ela defendeu que as meninas pudessem frequentar escolas em seu país. Por isso, Malala foi perseguida e sofreu um atentado em 2012, quando voltava da escola em um ônibus.
Depois de meses em tratamento, Malala se recuperou e fundou a Malala Fund, fundação que arrecada verba para destinar à educação de meninas em todo o mundo.
Em 2014, aos 17 anos, foi homenageada com o Prêmio Nobel da Paz, sendo a mais jovem mulher a receber a honraria.
10. Marsha P. Johnson (1945-1992)
Marsha P. Johnson foi uma mulher ativista trans norte-americana de grande importância na luta contra a transfobia.
A drag queen e travesti teve papel essencial na Rebelião de Stonewall, em 1969, quando a população marginalizada LGBT se revolta contra a violência policial em Nova York em cima da comunidade gay.
Foi idealizadora da Frente de Libertação Gay e trabalhou na conscientização contra a AIDS, doença que enfrentou por 4 anos.
Sua morte ocorreu em 1992 em circunstâncias duvidosas, sendo considerada suicídio. Entretanto, especula-se que foi assassinato.
11. Marie Curie (1867-1934)
Uma grande mulher na ciência foi Marie Curie. Nascida na Polônia na segunda metade do século XIX, Marie se dedicou à química e descobriu elementos da tabela periódica como o rádio e o polônio.
Seus estudos contribuíram para a criação de avanços na medicina como o raio-x. Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física, em 1903. Em 1911 recebe também o Prêmio Nobel de Química.
12. Maria da Penha (1945-)
Maria da Penha é uma brasileira nascida no Ceará que teve a vida marcada pela violência doméstica, o que a impulsionou na luta contra o feminicídio e violência a contra a mulher.
Seu marido, o professor universitário Marco Antonio Heredia Viveros, tentou executá-la duas vezes em 1983. Uma das tentativas a deixou paraplégica e a partir de então, ela começou uma luta pela condenação do marido.
O caso ganhou repercussão e uma lei com seu nome foi sancionada no Brasil em 2006, a Lei Maria da Penha, importante instrumento de combate à violência doméstica.
13. Frida Kahlo (1907-1954)
A pintora mexicana Frida Kahlo é um ícone feminino da história da arte.
Teve uma produção intensa, pintando autorretratos e cenas surrealistas com forte identidade latino-americana.
Atualmente, a artista é reconhecida também como um emblema feminista. Isso porque mesmo não se identificando como tal, teve uma postura marcada contra o sistema patriarcal e impôs suas ideias de forma criativa e decidida.
14. Greta Thunberg (2003-)
Greta Thunberg é uma jovem ativista sueca que ficou conhecida em 2018 por realizar protestos contra os danos climáticos junto ao parlamento sueco.
A partir de então, a garota se tornou uma inspiração e liderança para milhares de estudantes em seu país, que passaram a cobrar medidas de proteção à natureza e fazer manifestações pelo clima.
Greta ganhou projeção internacional e foi indicada duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, em 2019 e 2020.
15. Bertha Lutz (1894-1976)
Figura de destaque no movimento feminista brasileiro, Bertha Lutz foi uma das mulheres grandes na história do país.
Ela lutou pela conquista do voto feminino no Brasil e pela libertação das mulheres. Além disso, foi cientista e dedicou parte da vida à política.
16. Dorothy Mae Stang (1931-2005)
A religiosa Dorothy Stang, também conhecida como Irmã Dorothy, foi uma missionária católica que nasceu nos EUA. Na década de 70 se fixou na região amazônica do Brasil junto a trabalhadores rurais do local. Passou a realizar ações em projetos de reflorestamento e defesa da floresta e das pessoas.
Assim, tornou-se ativista em movimentos sociais, minimizando conflitos de terras.
Foi assassinada no Pará em 2005, aos 73 anos, deixando um legado de luta e justiça.
17. Harriet Tubman (1822-1913)
Harriet Tubman foi uma mulher forte que fez da sua vida uma luta contra a escravidão nos EUA. Nascida escravizada, ela conseguiu escapar do cativeiro e ainda contribuiu para libertar em torno de 300 negros.
Harriet viveu até os 90 anos e no fim da vida se dedicou a causa do voto feminino. Sua história de vida impressionante e sua potência a transformaram em um emblema na luta abolicionista nos EUA e também no mundo todo.
18. Tia Ciata (1854-1924)
Hilária Batista de Almeida era o nome de batismo de Tia Ciata, uma mulher brasileira que entrou para a história do país como uma das maiores influências para o surgimento do samba carioca.
Cozinheira, Ciata era também mãe de santo e recebia diversos músicos em sua casa para compor e tocar samba. Isso em uma época que as manifestações culturais do povo negro eram proibidas.
Assim, Tia Ciata é vista como um ícone de resistência negra no Brasil.
19. Amelia Earhart (1897-1939)
Uma grande mulher na aviação foi a norte-americana Amelia Earhart. Ela foi a primeira a sobrevoar sozinha o Oceano Atlântico.
Por conta disso foi condecorada com o "The Distinguished Flying Cross, um prêmio destinado a pessoas das forças armadas que realizam atos de coragem.
Amalia foi uma figura atuante para que outras mulheres pudessem também pilotar, pois contribuiu em organizações que tinham esse objetivo.
Em 1937, ao tentar dar a volta ao mundo de avião, Amalia desapareceu. Assim, foi dada como morta oficialmente em 1939.
20. Joana D'arc (1412-1431)
Joana Darc foi uma personalidade importante na França devido aos seus feitos na Guerra dos Cem Anos.
Em sua curta vida, a camponesa liderou exércitos e alcançou vitórias, pois tinha a intenção de libertar seu país da Inglaterra.
Joana Darc dizia ouvir vozes que a orientavam. A moça foi condenada pela Inquisição e executada como bruxa. Porém, no início do século XX foi canonizada como santa pela Igreja Católica.
21. Maud Stevens Wagner (1877-1961)
A primeira mulher tatuadora nos EUA foi Maud Stevens Wagner. Atuante no circo como acrobata e contorcionista, Maud viajava o país com circos itinerantes.
Conheceu o tatuador Gus Wagner e com ele aprendeu a arte do desenho sobre a pele. Os dois se casaram e tiveram uma filha, Lotteva, que se tornou também tatuadora.
22. Nise da Silveira (1905-1999)
Uma das personalidades brasileiras mais relevantes na psiquiatria foi a médica Nise da Silveira.
Ela desenvolveu métodos de trabalho com os pacientes que incluíam o processo artístico e um tratamento mais humano e eficaz, revolucionando a maneira como a saúde mental é encarada no país.
Isso porque, na época, era costume usar recursos invasivos e violentos como eletrochoque, lobotomia (retirada de parte do cérebro) e grande quantidade de remédios.
23. Simone de Beauvoir (1908-1986)
Simone de Beauvoir foi uma intelectual e escritora francesa que teve enorme influência no século XX na filosofia, sociologia e pensamento feminista
Simone deixou obras literárias essenciais para a construção de uma nova maneira de enxergar o que é ser mulher. Uma frase famosa da autora é: Não se nasce mulher, torna-se.
24. Dandara (?-1694)
Um dos símbolos femininos de maior força para o movimento negro no Brasil é Dandara. Casada com Zumbi dos Palmares, Dandara foi uma guerreira no período colonial do país.
Não há muitos registros sobre sua vida e seus feitos. Entretanto, especula-se que ela conhecia as técnicas de capoeira e lutou bravamente para defender o quilombo dos Palmares.
Morreu em 1694 ao cometer suicídio, pois não tolerava retornar à condição de escrava.
25. Lélia Gonzáles (1935-1994)
Lélia Gonzáles foi uma professora, ativista, pesquisadora e intelectual do movimento negro brasileiro.
Contribuiu para a fundação do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro e do Movimento Negro Unificado.
Deixou livros, ensaios e artigos importantes para pensar o feminismo na América Latina.
26. Claudia Andujar (1931-)
A fotógrafa Claudia Andujar nasceu na Suíça. Ainda criança fugiu da perseguição aos judeus na Segunda Guerra e foi para os EUA.
Em 1955 Claudia vem ao Brasil para encontrar a mãe, também fugitiva da guerra. A partir de então fixa residência no país e passa a trabalhar como fotojornalista.
No final da década de 60 se envolve com a causa indígena no Brasil e a partir dos anos 70 se dedica a fotografar e defender o povo Yanomami.
Sua atuação se estendeu para além da fotografia. Claudia se tornou uma importante figura para a proteção das florestas e indígenas, contribuindo para a demarcação de terras no Brasil.
extraído: https://www.ebiografia.com/mulheres_importantes_historia/
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- Jéferson Barreto
- Natural do Rio grande do sul, Gremista, cursou história para Movimentos Sociais do Campo na UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, Professor da Escola Cidadã Integral Estadual de Ensino Médio Clóvis Sátiro
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